CONTRACCAMBIO DI CUORE E UNA LACRIMA PER GIOVANNI
Filho único, nasceu em 1º de Maio de 1941, em algum número por nós desconhecido da Via Santa Giulia, em Turim, na Italia. Foi batizado com o nome do padroeiro da cidade, San Giovanni Battista, e uma homenagem póstuma ao seu avô paterno, Giobatta. O sobrenome Strixino herdou dos ascendentes de Genova, Nervi, Camogli Porto Fino, cidades da Costa Azul mediterrânea.
Foram tempos difíceis, teve seus primeiros anos vividos como refugiado, migrando para várias cidades da Itália, a maior parte do tempo vivido próximo a Bolonha. É desse tempo que relatou algumas lembranças dos horrores da guerra que, mesmo com poucos anos de vida, seguiram frescas em sua memória. Passou sua adolescência num pequeno vilarejo próximo a Genova chamado Casella , vivendo a maior parte do tempo na companhia da sua mãe, Palmina, pois seu pai Luigi viajava muito a trabalho. Devido às enormes dificuldades encontradas no período pós guerra, sua família decidiu migrar para o Brasil, a convite das tias paternas que já haviam se estabelecido por aqui alguns anos antes.
No Brasil, veio para ficar. Sua família se estabeleceu em São Paulo, onde pode cursar no renomado colégio Dante Alighieri e tratou de se integrar com muito empenho à cultura local, lendo, estudando e aprendendo sobre literatura, arte, música , história do Brasil . Sem qualquer arrogância podemos dizer que a curiosidade e os estudos foram sempre seus eixos motivadores, ajudando nos a explicar a perda do sotaque italiano e a incorporação do português como sua primeira língua. Foi também nesta ocasião que, movido pela curiosidade nas ciências da natureza, começou a frequentar alguns cursos na Alameda Glete, na antiga sede da Faculdade de Ciências e Letras , da Universidade de São Paulo Foi dali que decidiu cursar Ciências Naturais e, tendo aulas com renomados professores da instituição Claudio Froehlich, Walter Narchi, Gilberto Righi, Crodowaldo Pavan, Berta Lang e Paulo Sawaya), graduou-se em Ciências Biológicas pela USP,em 1968.
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Trabalhou inicialmente no Instituto Oceanográfico (IO USP) e no Departamento de Zoologia (IB USP) quando, em 1970, foi convidado a participar de um grupo de pesquisa em Ecologia, com trabalhos experimentais realizados na represa do Lobo (Itirapina SP), em parceria com o Departamento de Hidráulica (EESC USP São Carlos ). Neste mesmo período, iniciava-se a criação da Universidade Federal de São Carlos, sendo então convidado a ministrar aulas pelo professor Edson Pereira dos Santos, e vindo logo em seguida a integrar o corpo docente permanente da instituição, em fase inicial Seguiu seus estudos na USP e obteve seu mestrado em Zoologia (1971) e o doutorado em Ciências Biológicas (1974).
Na UFSCar iniciou ministrando aulas nas disciplinas de ecologia e projetos em ciências, ligadas ao curso de Licenciatura em Ciências. Um dos primeiros trabalhos desenvolvidos neste período com os alunos foi a batimetria e morfometria da represa do monjolinho. Em 1972, participou da criação do curso de Ciências Biológicas da instituição, pelo qual ministrava as disciplinas de Invertebrados e Ecologia Animal. Mais tarde, participou da criação do Programa de Pós graduação em Ecologia e Recursos Naturais (PPGERN), pelo qual ministrava a disciplina de Ecologia dos Zoobentos Lacustres. Ajudou na criação do laboratório de Invertebrados Bentônicos e Entomologia Aquática, pelo qual desenvolveu trabalhos na área de Ecologia, com ênfase em Limnologia e Zoobentos Lacustres.
Giovanni deixa sua esposa Susana, seus filhos Luis Alberto e Francisco, seus netos Daniela, Catarina e Enrico seu gato Nicolau, e gratas lembrançasa todos que tiveram a chance da sua convivência. Além da trajetória profissional, gostaríamos que lembrassem do Giovanni como um exemplo de integridade, pela simplicidade no trato com as pessoas, gostava muito de conversar e estava sempre de bom humor.
Corre uma lágrima de adeus.
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